saúde pública

Exames e procedimentos de hemodinâmica são retomados após um ano no Husm

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)

O novo equipamento de hemodinâmica do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) já está funcionando. De acordo com a instituição, o angiógrafo, adquirido ainda em 2019, entrou em funcionamento em 16 de julho, em substituição ao aparelho antigo que foi aposentado em julho do ano passado, após 15 anos em uso.

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Durante esse período, os pacientes que precisaram realizar procedimentos como cateterismo cardíaco, angioplastia, arteriografia e endoprótese, neurointervenções, além de outros exames e procedimentos vasculares (veja a lista completa ao lado), tiveram de ser encaminhados para Ijuí e Passo Fundo, já que o Husm é o único hospital da região da 4ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) a oferecer os exames pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O APARELHO

  • Em janeiro de 2020, o angiógrafo do Setor de Hemodinâmica do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), que tinha cerca de 15 anos de uso, começou a apresentar problemas
  • O painel de controle da mesa estragou. Como o equipamento era antigo, as peças para reposição já não eram mais fabricadas e foi preciso adquirir um novo aparelho
  • Em fevereiro do ano passado, o problema foi reparado e o angiógrafo antigo voltou a funcionar, com os procedimentos retomados
  • No entanto, em julho de 2020, o equipamento estragou novamente e, devido ao alto custo para conserto, o reparo foi inviabilizado
  • O equipamento foi adquirido em compra centralizada, realizada pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) ainda no fim de 2019, ao custo de R$ 3,8 milhões
  • A obra da sala de procedimentos da hemodinâmica para receber o novo aparelho começou em fevereiro de 2021
  • O angiógrafo foi entregue no primeiro semestre deste ano, após as obras de adaptação do espaço físico. No mês de julho, foi realizado treinamento com as equipes assistenciais e de engenharia
  • Foram investidos cerca de R$ 500 mil para a reforma da sala de procedimentos da Hemodinâmica. O piso antiestático (com isolamento elétrico) foi todo refeito, porque o peso da nova máquina é maior que da anterior. As paredes sempre tiveram revestimento antirradiação (isolantes para raio-x), mas o isolamento foi todo refeito, porque é uma exigência da norma de segurança. Foi trocado ainda o filtro de ar e a temperatura é mantida em 15 graus, para não danificar o equipamento.
  • Durante o último ano, período da obra de adaptação da sala e que o Husm deixou de ofertar os procedimentos, os pacientes foram atendidos em Ijuí e Passo Fundo
  • O angiógrafo do Husm é o único em Santa Maria disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e o Husm é único hospital na região da 4ª Coordenadoria Regional de Saúde (4ª CRS) a oferecer os exames pela rede pública

Ao todo, são 10 os procedimentos realizados pelo angiógrafo. No entanto, nem todos foram retomados. Conforme a médica cardiologista intervencionista Valquíria Bulcão, chefe do Serviço de Hemodinâmica do Husm, o hospital aguarda a chegada de insumos importados utilizados para angioplastias coronarianas de emergência, por exemplo:

- Estamos trabalhando, mas ainda temos uma carência de material. Alguns procedimentos eletivos de tratamento ainda não estão sendo realizados, mas os insumos devem chegar nesta ou na outra semana. As angioplastias coronarianas ainda não estão na sua plenitude, pois as empresas enfrentam dificuldades com a matéria-prima.

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Conforme o Husm, com o aparelho antigo eram ofertados 20 exames de cateterismo cardíaco ao mês para pacientes da 4ªCRS, além dos exames e procedimentos dos pacientes ambulatoriais e internados no hospital. Com o angiógrafo novo, serão de 40 a 50 exames.

Em três semanas de funcionamento, já foram 120 exames com o novo equipamento (de 16 de julho a 6 de agosto). Destes, 94 foram de pacientes internados ou em atendimento ambulatorial no Husm. Os outros 26 exames foram ofertados para a 4ª CRS. São feitos, em média, 10 exames ou procedimentos por dia com o equipamento.

ESPERA
Enquanto alguns procedimentos não são retomados na totalidade, pacientes aguardam na fila para serem chamados e dar continuidade ao tratamento. É o caso do aposentado e taxista Carlos Antônio Aires, 67 anos, que está há dois meses internado no Husm aguardando para fazer uma correção endovascular de aneurisma por meio de uma endoprótese.

Segundo a filha dele, Natalie Aires, o caso é considerado grave e, inclusive, a família já recorreu à Justiça para tentar a transferência do paciente para outros hospitais do Estado.

- Meu pai estava fazendo acompanhamento de um aneurisma de aorta abdominal aqui no Husm, e, em uma consulta de rotina, no dia 10 de junho, ele passou mal e refez os exames. Foi então que os médicos viram que o aneurisma estava grande e que ele precisava fazer esse procedimento. Ele é cardíaco e já teve um infarto, em 2010. Por conta desse histórico meu pai não poderia fazer uma cirurgia de peito aberto. Como aqui a fila não anda, tentamos a transferência, mas nenhum hospital responde. A gente fica de mãos atadas e não sabe até quando ele vai resistir - explica a filha.

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)

Sozinho, Husm não pode resolver toda a demanda
Casos como o de Carlos Antônio, de endoprótese, ainda são resolvidos pontualmente. Conforme a médica Valquíria Bulcão, os procedimentos vasculares mais graves estão mantidos e sendo realizados, mas os casos eletivos apresentam certa demora. Em relação aos insumos aguardados pelo hospital, a expectativa é de que eles sejam entregues depois de amanhã.

- Iniciamos os exames com os pacientes atendidos no Husm e, no momento, com os exames realizados desde a retomada do serviço, não há fila de espera no hospital. Desde o início de agosto, o número de exames de cateterismo já foi liberado na totalidade. Primeiro tentamos resolver o problema daqui, mas agora já abrirmos a agenda para a 4ª CRS - explica.

A marcação de exames ocorre através do Sistema Nacional de Regulação (SISREG), o mesmo que oferta as consultas ambulatoriais. No início de cada mês, a quantidade de exames disponíveis é ofertada à 4ª CRS, que faz a marcação de acordo com a lista de espera dos municípios.

- Sempre houve uma demanda reprimida, mas o Husm, sozinho, não consegue resolver toda a demanda do SUS. Nós somos em três médicos  trabalhando, a todo o tempo, mas são procedimentos demorados, não podemos agendar mais do que o número previsto por dia. Então, a demanda vai continuar reprimida. Teriam de ter outras vias para resolução. O Husm é sobrecarregado com isso, mas esse problema é antigo - pondera a chefe do serviço no hospital. 

HOSPITAL REGIONAL
Em dezembro de 2019, quando o governo federal anunciou R$ 36 milhões para o Hospital Regional de Santa Maria, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que a verba deveria ser utilizada para a aquisição de aparelhos, incluindo equipamento de hemodinâmica. Neste ano, em entrevista ao Diário, a secretária Arita Bergmann afirmou que o complexo hospitalar, que atualmente é exclusivo para Covid-19, deve expandir as especialidades ofertadas (traumatologia, cardiologia e neurologia), com serviços de hemodinâmica, que inicialmente não estava previsto. Esta seria uma nova complexidade no Regional, mas ainda sem previsão. 

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